Thursday, September 23, 2010

PRÍNCIPE À MODA

Às vezes nós não entendemos porque não chamamos a atenção de algumas pessoas. Eu estou me referindo ao sexo oposto mesmo (ou não). Algumas pessoas não notam a nossa existência. Por que será que essas coisas acontecem?
Em todas as áreas da vida é quase impossível alcançar a unanimidade. Isso também vale para os relacionamentos e as amizades. Ninguém consegue agradar a todos. Se você já descobriu que agrada os gregos, esqueça os troianos.
Alguns gostam de Pepsi, enquanto outros gostam de Coca-Cola. Uns preferem o mar, outros preferem as montanhas. Alguns preferem a cidade, outros preferem o campo. Isso é natural do ser humano.
Mas como podemos nos preparar pra enfrentar essas situações? Como devemos agir? Como podemos evitar frustrações?
Devemos descobrir qual é a nossa praia! Devemos nos posicionar: saber quem somos, o que queremos e onde pretendemos chegar. E principalmente: "com quem" queremos estar.
Um exemplo interessante de falta de posicionamento são aquelas menininhas calmas, tranquilas, estudiosas, praticamente umas nerds, que vão a uma boate numa sexta à noite pra tentar conhecer um cara legal - o príncipe do cavalo branco.
Façam-me o favor! Será que elas realmente acham que o príncipe encantado vai estacionar seu cavalo branco em frente à boate e vai entrar lá pra encontrá-la? Pior: será que em algum momento elas pararam pra pensar que a possibilidade de encontrar um príncipe num cavalo branco em uma boate é quase inexistente? Boate começa funcionar às 23h e eu ouvi dizer que príncipes dormem cedo.
Em regra, quem vai a uma boate, vai pra festar e não pra arrumar um namorado. Isso é fato. Claro que há exceções, mas essa é a regra.
Quando era pré-adolescente, eu tinha um amigo que era super engraçado, um comediante nato, e eu invejava o modo como ele chamava a atenção das meninas com as suas gracinhas. Eu tentava ser engraçado como ele, mas não conseguia. E acabava pagando mico. Com o tempo eu percebi que esse cara não era muito esperto ou inteligente, e que as meninas que achavam graça nele tinham um perfil bem parecido. Ou seja, o público que ele atraía com as suas gracinhas era fascinado apenas por gracinhas. Nada mais. Eu percebi que não havia muita vantagem em fazer sucesso com esse público. Com o tempo, eu fui descobrindo qual era a minha tribo ou qual era a minha praia. Quer dizer, com o tempo eu fui descobrindo com quem eu tinha afinidade.
As pessoas precisam se conhecer e, a partir daí, se posicionar. Por exemplo, se o cara é extremamente conservador e religioso, ele deve ir à igreja pra tentar arrumar uma namorada. Se a menina não quer correr o risco de se casar com um alcóolatra, ela deve passar longe de botecos. Se você não gosta de cigarro, nem dê conversa a um fumante. Se a sua praia favorita é Ipanema, o que você vai cheirar no Piscinão de Ramos? Caso contrário, cedo ou tarde, você vai se incomodar. E não adianta vir com aquela conversinha mole de que com o tempo ele ou ela melhoram. Geralmente, a tendência é as pessoas se acomodarem e piorarem. Não se iluda!
Por isso, meu conselho é: pare tudo! Se conheça, se organize, se posicione. Faça uma lista de prioriades, pense nas coisas que você gosta e deseja pra sua vida. Faça outra lista com as coisas que você odeia. Agora cruze as listas e pare de entrar em barca furada!
Você é responsável pelas suas escolhas. E escolhas trazem consequências. Depois não adianta reclamar.

Wednesday, September 22, 2010

Fui à farmácia comprar um xampu. Deparei-me com uma prateleira cheia deles, de todas as cores, todos os tipos. Parei. Olhei. Pensei. Surgiu então uma dúvida: qual comprar? Peguei um deles. Estava escrito “cabelos longos e rebeldes”. Não era o meu tipo. Peguei outro: “cabelos tingidos”. Também não era para mim.
Alcancei outro: “2 em 1 - shampoo e condicionador”. Me irritei. Por que esse estrangeirismo? Em português é XAMPU. Com X e U. Um “preparado saponáceo empregado na limpeza dos cabelos”, de acordo com o dicionário Aurélio. Jurei que iria pegar o último. Nele estava escrito: “cabelos secos e quebradiços”. Nenhum servia para meu tipo de cabelo: normal. Nem longo nem curto. Nem seco nem ensebado. Nem quebradiço nem forte. Eis que surge o atendente:
- Posso ajudar?
- Sim. Estou procurando xampu.
Ele faz uma cara de resignado, afinal, estávamos em frente a uma prateleira repleta de xampus. Ele conteve o ódio e respondeu educadamente:
- Para qual tipo de cabelo?
Para mim só há dois tipos de estrutura capilar: o cabelo propriamente dito e o não-cabelo, também conhecido como careca. Então respondi:
- Normal. Cabelo normal.
O atendente me olhou com mais ódio ainda e pegou o primeiro que viu pela frente.
- Tem este aqui.
E me mostrou o “cabelos longos e rebeldes”. Será que ele não tinha notado que meus cabelos não são longos, nem rebeldes? Ele percebeu minha cara de reprovação e pegou outro:
- Tem esse outro aqui: cabelos crespos.
Fiz cara de 'Regina Duarte com medo do Lula' e balancei a cabeça em sinal de negação.
- Olha (erguendo a voz), tem este 2 em 1 com condicionador, tem este 3 em 1 com anticaspa...
Tinham todos. Até xampu 9 em 1 com tocador de mp3 e máquina fotográfica, para fios ondulados no meio e crespos nas pontas. Só não tinha um xampu 1 em 1, cabelo normal. Eu só queria um xampu. Só!
Ele pegou outro. Era “cabelos oleosos”. Notei que não iria encontrar o que eu queria e me convenci de que meu cabelo era oleoso. Aceitei a sugestão:
- Obrigado pela ajuda.
- Não tem de quê.
Paguei e saí me sentindo um E.T. Como é difícil ter cabelo hoje em dia!

E você, qual o seu tipo de xampu?

Thursday, September 16, 2010

ABAIXO AS MINORIAS!

Tenho um colega no serviço que é vegetariano. Tudo bem, nada contra. Eu como meu bife mal-passado num canto, e ele se sacia com a salada dele no outro. Nenhum dos dois tentou convencer o outro a entrar para o "lado negro da força" e todo mundo convive numa boa. Devia ser assim com todo mundo. Mas não é.
Toda minoria é radical e absoluta. Meu colega é uma exceção dentre o pequeno grupo dos comedores de mato. No mínimo uma vez por mês você vê nos jornais um protesto de vegetarianos contra o consumo de carne. E lá vão eles para as ruas com os corpos pintados, embalados como um pedaço de alcatra no supermercado, ou só com uma folhinha de alface cobrindo as partes íntimas (que ironia, o único atrativo dos protestos vegans é... a carne, literalmente). É o tipo de manifestação que o povo olha, solta um entediado "ah", e segue com sua vidinha. Fora aquelas propagandas chocantes e/ou engraçadinhas, tentando provar que quem come salada é melhor de cama do que um comedor de carne.
Agora, imagina o que acontece se eu, um tiranossauro rex no ápice da cadeia alimentar, resolvesse fazer uma passeata a favor do consumo de carne? Iam querer me matar! Seria comparado a Ivan, o Terrível, pela minha impiedosidade contra os pobres bichinhos. E não ia demorar muito para o meu protesto pacífico virar uma praça de guerra. No dia seguinte, e-mails me ameaçando, abaixos-assinados circulando pelo mundo pedindo a minha excomungão social e o massacre moral perante a mídia.
Pior do que as minorias radicais, são as minorias impostas pela sociedade e pelo governo. Essa história de cotas universitárias para negros e pobres que o Governo criou. Isso me cheira a "vamos criar uma solução rápida para uma cagada que nunca conseguimos arrumar", que é a qualidade do ensino fundamental e médio. Como se um estudante negro não tivesse condições intelectuais de chegar no ensino superior pelos seus próprios méritos. Fora que eu não posso chamar um negão de negão, pois posso ser acusado de preconceito. De agora em diante quem me chamar de branco, branquinho ou branquelo vai ter que responder na justiça por discriminação aos... aos... sei lá, caucasianos-brasileiros-descendentes?
Eu mesmo faço parte de várias minorias - a dos fumantes é uma delas. Apesar de não fumar muito, só quando estou muito ansioso (então é quase toda hora). Neste caso é chato ser dessas minorias porque as pessoas sempre querem que você mude. "Para de fumar essa droga!", "Já procurou um tratamento? É saudável e faz bem" são algumas das frases que ouço diariamente. E juro, me controlo para não dizer um FODA-SE na cara de quem as pronuncia. E em verdade lhes digo: no dia que eu resolver ser radical para defender as minorias que represento, você vai achar o MST um movimento brando e pacífico.
Só sei que o mundo seria um lugar muito melhor se cada um pudesse ser o que é, sem ser coagido a mudar, sem se ofender com o próximo, e sem se achar excluido da sociedade a ponto de se auto-intitular pertencente a uma minoria.

Monday, September 13, 2010

NÃO SE APAIXONE

Se eu pudesse dar aos meus leitores apenas um conselho, diria: não se apaixonem.
Foi comprovado pela ciência que pessoas apaixonadas ignoram qualquer pesquisa científica. Ignoram também as leis da física e da lógica - talvez daí venha aquela sensação de estar voando entre núvens.
A paixão é cega e não é a toa. Ela não escolhe pessoas pela aparência, pela idade, pelo biotipo. E por mais que digam que o nariz dele é grande, ou que ele é meio birolho, você não liga. A cegueira é contagiante. E pega.
Não tente adivinhar quando irá se apaixonar, porque é totalmente imprevisível e intenso. Quase como se estivesse em meio a um abalo sísmico de nove graus na escala Richter. A diferença é que só existe uma vítima: VOCÊ.
A paixão faz com que as palavras que tanto queremos dizer tranquem no céu da boca, oscilando entre sairem de uma vez ou serem engolidas para evitar uma bobagem que estrague tudo.
A mesma paixão que faz o corpo paralizar de medo é aquela que faz você se mexer incontrolavelmente em busca de um abraço apertado.
Estar apaixonado é como andar numa linha tênue que separa o êxtase da dor, com aquele ventinho sacana assoprando sempre para o lado deste último.
E quando dói, dói. A dor da paixão é igual a dar uma topada forte com o mindinho. Uma lágrima escorre no canto do olho enquanto dá vontade de gritar os mais inomináveis palavrões para todo mundo. Como cada um sabe a dor que sente, a tendência é mandar para um lugar não muito agradável qualquer um que chegar e dizer que uma hora a dor vai embora.
O pior é que vai embora. Fica apenas aquela sensação de vazio.
Pois, por mais que a paixão provoque tantas reações adversas, é ela que desperta a sensação magnífica de se estar vivo.
Quando menos esperar, estará apaixonado de novo. E ignorando o meu conselho.
Sabiamente.

Saturday, September 04, 2010

BOM FERIADO A TODOS OS LEITORES DESTE BLOG.
DIVIRTAM-SE!
QUERIDA, ENCOLHI AS CRIANÇAS

Você, passando pelos álbuns de família, já deve ter notado que algumas poses e brincadeiras feitas nas fotos acabam se repetindo anos depois, e é muito divertido comparar uma pose semelhante em épocas distintas. E é mais ou menos isso que o arquiteto e viciado em virais da internet Ze Frank quer em seu mais recente projeto, o Young Me/Now Me: mostrar pessoas em poses ou atividades parecidas em fotos do passado e de agora. Já são centenas de imagens no site dessa interessante brincadeira.

Selecionei algumas das minhas preferidas. Espero que vocês também gostem:


















MORAL DA HISTÓRIA: Crianças bonitas nem sempre se tornam adultos bonitos.
MINHA EXPERIÊNCIA GAY

Calma, não é nada disso que vocês estão pensando aí. É que no final de semana passado fui a uma balada. Como se só ir a uma balada não fosse gay o suficiente, a boate era preferencialmente colorida. Parece redundância, mas unir balada e gay na mesma frase só torna tudo isso mais gay ainda. Não fui porque sou fã, mas não tem mal algum conhecer algo novo, novos ares, uiiiii… ops. Obviamente que também não estava sozinho e quem me arrastou pra lá foi a Amanda, minha amiga.

Logo na entrada, no meio daquele monte de gente com óculos de plástico sem lente, calças do Luan Santana esmaga-bolas e camisetas com gola V estilo Fiuk, encontramos alguns amigos dela. Na porta dei meu nome, mas antes forcei aquela pigarrada pra voz ficar mais grossa: “Oi... meu nome é... é… é… Ewan e eu tô... hummmm... tô na lista”. Sei lá qual foi o sentido disso, até porque quem trabalha ali deve ver muito “macho heterossexual” indo lá pra “conhecer o local”. Odeio aspas. Mas, enfim, agarrei a Amanda e subi as escadas. Esse era o nosso acordo. Eu só iria se ela não desgrudasse de mim.

Entrei no recinto igual policial quando dá batida em baile funk: olhando para todos os lados e desconfiando de tudo. Situação normal. Em poucos minutos comecei a ficar nervoso, porque o lugar enchia cada vez mais de pessoas. Algumas, até, começaram a me olhar diferente, tipo "Super-Homem, me mostra sua kryptonita". E aí, meus queridos, aqueles esbarrõezinhos sem querer já estavam começando a me deixar extremamente sem graça. Era um passando por aqui, outro por ali. Quanto mais a situação se agravava, mais eu deixava o cotovelo no peito de quem passava. Só pra dar aquela distância necessária. Motivos:

1. Tava com medo de gostar (zueira). Hehe.

2. Faz favor?

3. Não sou obrigado.

Em meio a vários “Uhuuuuuuuuuuuuuuuul, ALOKA!” a cada nova música da Lady Gaga ou da Beyoncé, a noite foi passando. Sério: quem comemora quando toca uma música? Querido diário, nessa minha experiência descobri que Lady Gaga é tipo o gol no mundo dos gays. Um hino patriótico.

No instante que começou a tocar Telephone, a Amanda começou a dançar feito maluca. Frenética. Ela fica assistindo os vídeos no Youtube só pra aprender as coreografias, e lá era o lugar ideal para por em prática seus dias de árduo treinamento. Enquanto isso acontecia, eu ficava de lado assistindo. Tá bom, vai, eu até dancei um pouquinho. Comecei a me soltar, fui comprar uma caipirinha sozinho e até fiz amizade com um moço que chegou perto de mim e perguntou: "E aí, mano, o que tu curte?" Respondi que curtia teatro e cinema, e voltei pra pista. Foi neste exato instante que me cutucuram. Meu cu fechou! Pô, todo mundo que eu tinha conhecido estava dançando na minha frente… e não atrás de mim. Quem poderia ser? Milhões e milhões de possibilidades se passaram na minha cabeça em frações de segundos. Olhei para trás e vi uma menina e um menino. Tava escuro, e logo pensei no pior. Já virei o olho achando que ela queria me agitar pro cara e rolar aquela intensa pegação masculina. Ufa, pelo menos não foi isso.

- Oi, você posta no Twitter, né? Você não é o @EwanPallottini?

GELEI! Minhas pernas começaram a tremer e minhas respostas não saiam com perfeita coerência. Porra, eu vou pra baladas, barzinhos, shoppings, shows, e nunca ninguém me reconheceu ou veio me perguntar essas coisas! Aí, pela primeira vez que vou numa balada gay, me reconhecem no escuro. Pensei: Deus tá fazendo câmera escondida comigo só pra olhar minha cara de desespero. Certeza!

- Sou eu. Noooooossa, como me reconheceu (VOZ MUITO GROSSA HARD MODE ON)? Haha.

- Ah, eu vi você de longe e vim falar contigo.

- É, então, mas eu só tô aqui porque é aniversário de um amigo da minha amiga que tá ali ó, tá vendo?

Já adiantei isso pra evitar um constrangimento maior do tipo “VI O @EWANPALLOTTINI NUMA BALADA GAY ONTEM!!! ELE TAVA SUPER SOLTO. ARRASOU, BEE!” no Twitter ou nas outras redes sociais. Coisa que não aconteceu, porque sou precavido e remediado.

Conversamos e, quando a música acabou, uma Drag subiu no palco pra falar com as pessoas. E, sei lá, todos tavam curtindo isso. Perguntou quem era hetero, quem tava lá pela primeira vez e essas curiosidades que todo mundo quer saber (oi?). Fiquei na minha, obviamente, e ela chamou um hetero no palco que levantou a mão dizendo ser hetero. Ela pediu para ele dar um beijo num gay. Como o cara se recusou, a Drag emendou um “Num vem com homofobia pra cá não, Dourado!"

Nesse momento... alguém passou e colocou a mãozona no meu pinto! Nossa, fiquei sem reação! Digo, fiquei sim. Meu pênis começou a ficar duro e eu não sabia se eu morria de vergonha ou se metia um soco na cara de quem fosse. Tenho certeza que isso aconteceu porque eu tinha bebido demais. Sabe né, essas coisas de ereção acontecem meio que involuntariamente quando a gente bebe um pouco além da conta. Larguei a minha caipirinha num canto e olhei pra ele. O cara sorriu pra mim (aparentava ter uns 20 anos, era alto, olhos claros e cabelo castanho), me estendeu a mão e disse, com a boca no meu ouvido: "Sabia que você é um gatinho?"

Depois dessa parte, não me lembro de mais nada. Acordei ao meio-dia do domingo, no meu quarto, com um bilhete no meu bolso que dizia: QUERO MAIS. 9117-6547. ME LIGA.

Friday, September 03, 2010

OS BENDITOS FONES

Primeiro o Hip Hop invadiu as rádios, e eu fiquei quieto. Depois a Xuxa começou a levar o Bonde do Tigrão para o seu programa, e eu continuei quieto. Mais tarde, quando as Casas Bahia começaram a vender passagens aéreas da TAM em 10x sem juros... bem, ainda assim eu continuei sem dizer nada. Mas aí vieram os 'manos' com seus funks dentro dos ônibus, e eu não aguentei!
Não existe coisa mais chata e insuportável do que você estar tentando relaxar ou ler um livro dentro de um ônibus e um cidadão ligar aquele celular V3 no último volume!
Mas eu comecei a me vingar. Quando isso acontece, ao invés de me conformar com essas músicas desfavorecidas de imaginação poética, ponho sempre Pavarotti e Mozart pra fazer concorrência. Aliás, aconselho os meus leitores do blog a agirem iguais a mim. Se os maloqueiros fizerem cara feia pra você, não se apavore. Engrosse a voz tal como o Incrível Hulk e diga: "DESLIGUEM JÁ ESSA MERDA!" Se mesmo assim não funcionar, levante-se, tire o celular da mão do cara e o espatife no chão. Não se preocupe com uma provável retaliação do bando, pois até o cobrador vai te defender depois do ato de coragem. Só reze para eles não estarem armados.
Não se pode querer muita educação vinda dos manos. Bom senso não é para todos, infelizmente. Eu odeio quando as pessoas fazem tal coisa. Tem dias que estou voltando pra casa, super cansaço, e tenho de ficar ouvindo as músicas que eu mais odeio nesse mundo.
Se você mora em uma civilização - ou o que quer que isso queira dizer -, sabe que, graças ao preço mais acessível de tais tecnologias (por que você acha que eu tenho um, hein?), quase todo o planeta tem um celular. E hoje não temos só de lidar com quem fala muitíssimo alto ao aparelho dentro do banco, entrada de cinema, como temos que tolerar cada um com sua própria playlist. É na rua, na feira, na fila das Lojas Americanas.
Eu sei, não deveria me incomodar tanto. Cada um tem direito à sua individualidade, você pode argumentar. E é exatamente essa a questão. E a MINHA individualidade?! Eu, por exemplo, não dei sorte de ouvir um celular por aí tocando Liza Minnelli. Ao contrário, tive que ouvir troços que odeio. Na volta do curso, após ouvir as 10 míseras músicas que eu tinha carregado no celular, fui obrigado a escutá-las novamente, só para não ouvir o forró da moça lá do primero assento.
Não é um pouquinho presunçoso demais concluir que todos ao redor querem ouvir o que você quer ouvir? Ou, ainda pior, falta de consideração, ao nem se importar com os tímpanos vizinhos?
Essa gente precisa acordar para a vida e aprender de uma vez por todas que, por mais que o Brasil esteja indo de mal a pior, nem todos gostam de Djavú e variações de Rebolation.

Thursday, September 02, 2010

Faz muito tempo que eu não escrevo nada,
Acho que foi porque a TV ficou ligada
Me esqueci que devo achar uma saída
E usar palavras pra mudar a sua vida.

Quero fazer uma canção mais delicada,
Sem criticar, sem agredir, sem dar pancada,
Mas não consigo concordar com esse sistema
E quero abrir sua cabeça pro meu tema

Que fique claro, a juventude não tem culpa.
É o eletronic fundindo a sua cuca.
Eu também gosto de dançar o pancadão,
Mas é saudável te dar outra opção.

Os meus heróis estão calados nessa hora,
Pois já fizeram e escreveram a sua história.
Devagarinho vou achando meu espaço
E não me esqueço das riquezas do passado.

Eu quero “a benção” de Vinícius de Morais,
O Belchior cantando “como nossos pais”,
E “se eu quiser falar com...” Gil sobre o Flamengo,
“O que será” que o nosso Chico tá escrevendo?

Aquelas “rosas” já “não falam” de Cartola
E do Cazuza “te pegando na escola”.
To com saudades de Jobim com seu piano,
Do Fábio Jr. Com seus “20 e poucos anos”.

Se o Renato teve seu “tempo perdido”,
O Rei Roberto “outra vez” o mais querido.
A “agonia” do Oswaldo Montenegro
Ao ver que a porta já não tem mais nem segredos.

Ter tido a “sorte” de escutar o Taiguara
E “Madalena” de Ivan Lins, beleza rara.
Ver a “morena tropicana” do Alceu,
Marisa Monte me dizendo ”beija eu”
Beija eu, Beija eu Deixa que eu seja eu
Beija eu, beija eu deixa qe eu seja eu

O Zé Rodrix em sua “casa no campo”
Levou Geraldo pra cantar no “dia branco”.
No “chão de giz” do Zé Ramalho eu escrevi
Eu vi Lulu, Benjor, Tim Maia e Rita Lee.

Pedir ao Beto um novo “sol de primavera”,
Ver o Toquinho retocando a “aquarela”,
Ouvir o Milton “lá no clube da esquina”
Cantando ao lado da rainha Elis Regina.

Quero “sem lenço e documento” o Caetano
O Djavan mostrando a cor do “oceano”.
Vou “caminhando e cantando” com o Vandré
E a outra vida, Gonzaguinha, “o que é?”

Atenção DJ faça a sua parte,
Não copie os outros, seja mais “smart”.
Na rádio ou na pista mude a seqüência,
Mexa com as pessoas e com a consciência.

Se você não toca letra inteligente
Fica dominada, limitada a mente.
Faça refletir DJ, não se esqueça,
Mexa o popozão, mas também a cabeça.

(Aos Meus Heróis - Julinho Marassi e Gutemberg).

OUÇA EM >> Aos meus Heróis (versão) de Chay Suede
O CASAMENTO GAY

Um casamento gay, caso um dia seja aprovado no Brasil, obrigatoriamente tem de ser à tarde, de preferência numa sexta ou num sábado. Ora, para que no final da cerimônia todos fossem comemorar e dançar bastante naquela boate bem movimentada. Tem que ser à luz do dia para poder usar aquele terninho rosa bebê e as abotoaduras de Swaroviski. Os convidados mais conservadores irão todos com vestes adequadas ao seu gênero original (se a parteira disse que é macho, vão todos de terno; se ela disse que é fêmea, vão todas de saia), e os mais resolvidos e babadeiros poderão ir montados se assim o desejarem, mas desde que a roupa seja comportada, sempre respeitando o local.
Os gays pagam um preço altíssimo para serem quem são, e isso ficaria refletido na decoração muito extravagante que os noivos iriam encomendar para a amiga decoradora. Aliás, a igreja nem precisa ser a mais chique da cidade, contanto que seja a mais chamativa. Por exemplo, seria bom se fosse uma daquelas com escadarias enormes para acolher todos os convidados e posicioná-los confortavelmente para a hora das fotos e da chuva de arroz.
Eventos importantes sempre devem ser noticiados nas colunas sociais, e casamentos gays não podem ser exceção. Nem que para isso os dois tenham de passar meses a pão e água para economizar a grana e pagar a nota.
O ponto alto de toda celebração como essa é a hora do buquê. Um dos noivos, possivelmente o melhor dotado de coordenação motora e feminilidade, faz o lançamento das flores. Mas nada dessa coisa brega de ficar de costas para as amigas e jogar as flores para todas se matarem. Não! O noivo selecionado puxaria uma cordinha no canto da sala, e então pétalas, confetes e serpentinas cairiam numa grande explosão. No mesmo instante, uma música da Lady Gaga começaria a tocar. Ao chegar no seu ápice, os convidados compreenderiam a mensagem e ficariam a dar pulos nas pontas dos pés, com as mãozinhas fechadinhas próximas ao corpo.

Crônicas a parte, é bem triste o que vem acontecendo com os gays ultimamente. Em uma de suas aparições, o Papa Bento XVI disse que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é uma rebelião consciente contra o que Deus estabeceu na Criação. Uma ameaça. Por que restringimos o casamento somente aos heterossexuais? Se a resposta é procriar, então devemos permitir que casais com problemas de fertilidade ou demasiado velhos se casem? De qualquer forma, não cabe a maioria decidir. Quando o preconceito é levado em consideração, a democraria nem sempre é o melhor caminho.

Wednesday, September 01, 2010

AH, O VERÃO!

Finalmente o mês de agosto acabou. Não sei, acho ele sempre muito longo e negativo, mesmo que nada de ruim aconteça. Talvez seja por causa da superstição que o povo tem em cima do pobre coitado. "Agosto, mês do desgosto e do cachorro louco."
Por um outro lado, fiquei bem triste que ele tenha acabado. O fim de agosto é um pré-anúncio do verão. Odeio calor.
Em setembro a gente já começa a notar as diferenças: não aguentamos mais dormir sem o ventilador ligado, o sol é mais forte e sua coloração fica de um amarelo vivo. À noite as ruas ficam mais cheias, as pessoas parecem estar de mal-humor, o número de enchentes e mortes cresce, ônibus lotados ficam ainda mais fedidos, a pele fica destruída, crianças se perdem na praia, a areia fica suja e turistas se sentem no direito de fazer o que quiserem, inclusive jogar palito de picolé e casca de siri por todo canto.
O trânsito fica insuportável. É fila pra pedágio, gente buzinando, criança chorando, biscoito de polvilho sujando o carro, protetor solar vazando na bolsa, vendedor de água mineral enchendo o saco.
Sem contar o bicho geográfico e a micose, né? Eu mesmo, sortudo como sou, já tive os dois.
O pior do verão é quando sua família decide que vai viajar no feriado. Alugam uma casa de veraneio que, além de ter só meia duzia de móveis, cheira a mofo e é aberta só uma vez ao ano. O tio fica bebâdo, todo mundo torce pra que não chova, o maldito do videokê fica ligado 24h por dia, a maionese azeda rápido, e o CD pirata de pagode rola solto. Sem contar as brincadeiras sem graça: jogam o amigo na piscina de estômago cheio, latinha de cerveja e churrasquinho na mão. Aí, quando o sol vai embora, o que fazer? Mais videokê, assistir novela e jogar tranca, buraco e dominó. Quando todos estão já indo dormir, o mais engraçadinho da turma (sempre tem!) se veste de monstro e vai assustar as mulheres da casa na saída do banheiro.
Depois de quatro dias comendo só carne e vinagrete, decidem inovar o prato. Mas o quê? Simples, claro! Macarronada! É mão de molho de tomate no sofá, gente arrotando pimentão e sobremesa até o Natal. Um inferno!
E, óbvio, todo mundo quer se queimar. Voltar pro escritório sem a marca de biquini e o rosto sem estar parecendo uma mortadela defumada não tem graça. Depois do banho (o sabonete fica sempre sujo de areia) é que se vê o resultado.
Todo verão, não importa como, sempre é lançada aquela música 'tema' da estação. Os anos passam e as composições de Axé Music ficam piores. Rebolation é um exemplo bem típico. Aliás, existe coisa mais idiota do que gente que pula atrás de um trio elétrico?
Eu já passei um carnaval na Bahia e foi uma coisa bem traumatizante.
Ivete Sangalo canta "Tá um empurra-empurra, mas tá gostoso" porque não é ela que fica lá embaixo, sofrendo com aquela gente que você nunca viu roçando a axila no seu rosto.

Adeus, inverno, vou sentir saudade.